📈 Como a linguagem financeira pode alavancar sua carreira em Produto
Não saber conectar as métricas de produto aos objetivos financeiros da empresa pode te impedir de influenciar diversas decisões
E ai! Esse é mais um post da Brilliant Basics, uma das primeiras newsletters de Produto do Brasil! Desde 2016 buscamos trazer conteúdo sobre produto, liderança e AI, sem filtros.
Uma das novidades da Brilliant Basics esse ano é ter mais posts de convidados. Eu não consegui ter uma boa cadência nisso, mas tivemos algumas edições:
A maioria das empresas não precisa de tantos PMs - Aíquis (que inclusive, mesmo quase 2 anos depois continua bem “atual”)
Biblioteca da Pilon
E quero assumir publicamente o compromisso de ter ao menos 1x por mês um post de outros líderes de produto trazendo suas visões sobre diversos assuntos! (me cobrem!)
Para começar, vamos com um tema que sempre falamos no nosso podcast e que vemos pouco conteúdo sobre:
Como a linguagem financeira pode alavancar sua carreira em produto
Leandro Coelho, é mineiro de Juiz de Fora, formado em engenharia pela UFJF, Group Product Manager na Clearsale e host do podcast TSD Podcast (Transformando Software em Dinheiro).
Quando comecei minha carreira como Product Manager, meu foco era claro: criar produtos que resolvessem os problemas dos usuários.Eu busquei entender muito bem o que era preciso para aumentar a utilização, melhorar a retenção e garantir que os clientes tivessem uma ótima experiência.
O problema? Eu não fazia ideia de como essas métricas de produto se conectavam aos resultados financeiros da empresa.
Lembro-me de uma reunião em particular, onde estávamos discutindo a priorização de novas funcionalidades. Eu apresentei uma proposta que, do ponto de vista do produto, faria total sentido, mas quando a liderança começou a questionar sobre como aquilo impactaria a estratégia do nosso P&L em termos de COGS e OPEX, eu fiquei completamente sem resposta. Eu não sabia justificar como minha decisão iria impactar os resultados financeiros, e isso quase custou a aprovação da proposta.
Naquele momento, percebi o quão essencial era entender a linguagem financeira e de negócios. O impacto era direto:
não saber conectar as métricas de produto aos objetivos financeiros da empresa me impediu de influenciar as decisões da liderança.
Desde então, busquei diversas maneiras de aprimorar meus conhecimentos em negócios e finanças. Olhando para trás, posso dizer que esse aprendizado foi crucial na minha jornada para assumir uma posição de liderança em produto.
Mas já vou avisando, essa jornada é longa e quando você começar a se aprofundar no assunto vai se deparar com uma sopa de letrinhas como P&L, CAPEX, OPEX, EBITDA… e por aí vai.
#JABÁ
Pausa pro jabá da 9ª Edição do curso de Pensamento Crítico e Analítico da Product Arena, mais de 200 pessoas já fizeram e foi o curso mais bem avaliado da Arena em 2024 e tem muito sobre como conectar métricas de negócio x produto.
A próxima turma será no dia 01 de fevereiro, e você pode comprar o curso avulso ou assinar para assistir TODOS cursos da Arena em 2025, ao vivo, gravado e até presenciais. E no link abaixo ainda tem R$100,00 de desconto e dá pra dividir de até 12x!
No início, tudo pode parecer confuso, mas é justamente ao dominar esses conceitos que você consegue comunicar suas ideias de forma alinhada com os objetivos estratégicos da empresa, e principalmente, influenciar a liderança.
E para que você saia dessa leitura já entendendo um pouco mais sobre a linguagem financeira, eu quero te convidar a mergulhar nessa lista aqui:
P&L (Profit and Loss Statement) – Demonstração de Resultados
Linhas de receita
COGS (Cost of Goods Sold) – Custo das Mercadorias Vendidas
Lucro Bruto (Gross Profit)
OPEX (Operating Expenses) - Despesas Operacionais
EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization)
Lucro Líquido (Net Profit)
Bora para os detalhes de cada um:
P&L (Profit and Loss Statement) – Demonstração de Resultados
Pense no P&L como uma tabela onde contabilizamos todas as receitas, custos e despesas de uma empresa. Essa tabela tem diversas linhas e elas podem variar um pouco dependendo da empresa, mas como diria o Jack, vamos por partes.
Linhas de receita
Ficam no topo do P&L, e representam todas as formas de receita que a empresa tem vendendo seus produtos ou serviços. Inclusive, é bem comum em conversas com executivos você ouvir coisas como: "Essa iniciativa impacta diretamente nas linhas de cima do P&L", agora você já sabe o que isso quer dizer.
COGS (Cost of Goods Sold) – Custo das Mercadorias Vendidas
Nessas linhas entram os custos diretos para produzir e entregar o produto ou serviço vendido pela empresa. Ou seja, todos os gastos que a empresa tem para colocar o produto nas mãos do cliente. Isso pode incluir desde os custos de fabricação, folha de pagamento e até o custo de infraestrutura em nuvem em caso de produtos digitais. Se você lança uma funcionalidade que vai gerar mais custos para ser mantida, você está diretamente "mexendo" no COGS e na Margem Bruta, que a propósito pode ser calculada por essa fórmula:
Margem Bruta =((Receita Líquida - Cogs) / Receita líquida)) x 100
Lucro Bruto (Gross Profit)
Lucro bruto é o que sobra depois que você tira o COGS da receita. Ou seja, a receita menos o custo de produção e entrega. Aqui a matemática é simples: se você consegue aumentar a receita (linha de cima) sem aumentar o COGS, você vai melhorar o lucro bruto. Isso significa que sua entrega não só ajuda a vender mais, como também é eficiente em termos de custo.
Nesse ponto Bruto você também pode calcular a famosa Margem Bruta
OPEX (Operating Expenses) - Despesas Operacionais
Essas são as despesas do dia a dia da empresa, como salários, aluguel, marketing e até aquele cafézinho que você toma na sala de reuniões. Basicamente, é o dinheiro que a empresa gasta para manter as coisas funcionando mas que não está diretamente ligado com o desenvolvimento do produto em si.
Eu sei, COGS e OPEX podem parecer a mesma coisa, não é? Deixa eu te ajudar com uma analogia.
Imagine que sua empresa é um restaurante:
O COGS (Custo das Mercadorias Vendidas) seria tudo o que você gasta diretamente para preparar os pratos – ingredientes, temperos, e até o gás para cozinhar. Cada vez que um cliente faz um pedido, esses custos entram em ação.
o OPEX (Despesas Operacionais) são os custos que você tem para manter o restaurante funcionando, mesmo que ninguém esteja pedindo nada. São coisas como o aluguel, o salário dos garçons, as contas de luz e o marketing para atrair novos clientes. Eles são essenciais para o negócio rodar, mas não estão diretamente ligados a cada prato que você vende.
EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization)
O EBITDA é basicamente o lucro operacional da empresa antes de deduzir coisas como juros, impostos, depreciação e amortização. É uma medida importante para avaliar o desempenho operacional, porque não inclui esses fatores externos.
Se você ajuda a aumentar a receita ou a reduzir custos operacionais sem grandes investimentos, o EBITDA vai subir.
E, acredite, os executivos adoram ver um EBITDA saudável 🤑
Lucro Líquido (Net Profit):
Finalmente, chegamos ao lucro líquido. Esse é o dinheiro que sobra depois de todas as despesas – COGS, OPEX, impostos, juros, tudo. Em outras palavras: o lucro final.
Como mencionei anteriormente, desenvolver habilidades em negócios e gestão financeira é uma jornada contínua. Algumas dicas práticas que tem me ajudado bastante:
Fazer o curso de Pensamento Crítico e Analítico da Product Arena
é acompanhar canais no YouTube e blogs que fazem análises financeiras de empresas listadas na bolsa. Alguns exemplos:
Esse tipo de conteúdo é excelente para colocar em prática o que você está aprendendo, além de manter você atualizado sobre as tendências do mercado e as estratégias das grandes empresas.
E da próxima vez que você estiver em uma reunião e ouvir alguém falar sobre “impactar as linhas de cima ou de baixo do P&L”, sorria. Agora você sabe exatamente o que isso significa — e está pronto para usar essa linguagem para impulsionar sua carreira.
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