Product Hero #49 - Carol Pilon
"As coisas NÃO precisam ser by the book! Sagacidade e senso de urgência são fundamentais na geração de valor"
👋 E ai! Esse é mais um post da Brilliant Basics, a sua newsletter sobre tópicos de produto sem filtros. Toda semana tem conteúdo novo para fomentar as mentes pensantes a criarem produtos melhores.
Product Hero é a série onde bato um papo com heróis e heroínas que ajudam a criar produtos no Brasil e no mundo. Comecei em 2016 e de lá pra cá já foram quase 50 entrevistas.
As últimas entrevistas foram com:
E a lista com todas entrevistas está aqui
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O sorteio foi através do Random.org e o sorteado foi o Mairo Barcellos! Mairo é assinante mensal da newsletter desde abril/23.
O para o sorteio da próxima semana, teremos:
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Carol Pilon
Carol é de Jundiaí, interior de SP. Formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie e Pós-graduada em Tecnologias Digitais e Inovação Sustentável pela USP.
Ela teve uma carreira diversa antes de chegar em produto: já trabalhou com curadoria de museu, como dog walker na dog hero, desenho e gerenciamento de projetos em escritórios de arquitetura, coordenação de obras em construtoras…
E finalmente entrou para o mundo de produto na Loft, passando por vários produtos e contextos. Lembro como se fosse hoje da primeira vez que conversei com ela, e assim que acabamos, mandei uma mensagem para quem era a pessoa gestora dela na época e falei: “quero ela no meu time!”
Pude acompanhar o crescimento dela bem de perto e os resultados que alcançou foram bem maneiros, com uma consistência que vi poucos profissionais na minha carreira inteira! De PM, “GPM estagiária” (heuhueheu) e finalmente GPM, assumindo uma das maiores buchas da Loft na época. Agora, ela ocupa a posição de Head of Product no Datalab da Serasa Experian.
Além disso, Carol não para. Tá sempre buscando uma viagem (ela é especialista em encaixar as melhores datas para as férias), pratica trocentos esportes e é atleta amadora de triathlon.
Agora sim, bora para as perguntas?
1. Como você virou um Product Manager?
Foi através de uma migração intencional de carreira da área de construção para a área de tecnologia. Vi na Loft de 2019, uma startup series A com 80 pessoas, uma boa abertura de mercado, bem como oportunidade de alto crescimento. Entrei deixando claros os meus objetivos de desenvolvimento, mas disposta a aprender e superar o gap de conhecimento de negócio, tecnologia e experiência do usuário, dada a minha formação técnica. Com isso, passei por diversas áreas da empresa, desde processos e operações, até estratégia e precificação, sempre alinhada com as minhas lideranças e deixando muito transparente o meu interesse em produto.
Até que pintou uma oportunidade de uma ferramenta interna de precificação de ativos, eu tinha o contexto de negócio e os stakeholders conhecidos, assim iniciei. O desafio era voltado à automação e eficiência processual, foi um ótimo nicho para aprendizado técnico com desenvolvedores, bem como o funcionamento prático do dia a dia de agilidade no gerenciamento de produto.
2. Como você explica seu trabalho para pessoas normais (como avós, amigos…)
Primeiro eu quebro o gelo falando que eu sou tipo o Chandler, de Friends, que ninguém entende o que ele faz. Depois eu trago camadas de aprofundamento mediante interesse (rs). Explico através de exemplos, indicando sites, aplicativos, sistemas, mostrando que tudo isso são produtos digitais, que resolvem problemas das pessoas com objetivos de negócio, e que eu trabalho para torná-los possíveis.
3. Gerenciamento de produtos em um xtweet:
No final, trata-se de transformar fricções em oportunidades, encontrar valor de negócio nas dores do usuário, estruturando insumos múltiplos para orquestrar soluções que, acima de tudo, resolvem o problema.
4. Na sua opinião, qual é a principal habilidade de uma pessoa de produto?
Ouvimos falar muito de capacidade analítica, boa comunicação, product sense, foco no usuário, contexto de negócios, dentre tantas outras skills deste profissional generalista e "completo". De fato, são características fundamentais mas, da minha experiência particular, vejo que há diferenciais, muitas vezes não citados, que podem destacar um profissional de produto. Citando dois exemplos:
Desenvoltura / engenhosidade: o problema está lá e precisa ser resolvido, não tem outra saída senão encontrar soluções variadas, criativas e que, muitas vezes, extravasam o trivial, mas com persistência, funcionam.
Gerenciamento de recursos: conhecendo seu time, estando presente e aproveitando o melhor de cada um é possível demonstrar valor constantemente, com cadência, ganhando confiança de stakeholders e criando uma atmosfera orientada ao resultado.
5. Qual é sua rotina como pessoa de produto (Head, GPM, Product Manager…)?
Além de me lembrar constantemente que existe vida pessoal, com exercícios, sono em dia, refeições, família e happy hours, procuro partir da premissa de muita organização no trabalho, é o que funciona pra mim. Como é uma posição que nunca tem um dia igual ao outro, se eu não me organizar, muita coisa fica perdida no volume de demandas. Daí, monto o melhor frame para alguns grupos principais:
Monitoramento diário das métricas: garantir que tudo anda bem e se não andar, que saberemos rápido. (Isso aqui aprendi com um líder que tive, um tal de Arthur Castro, que me apresentou o “Bom dia Métricas")
Slack e resolução de tretas: estar presente para stakeholders, lideranças, pares e usuários. Aqui é preciso ficar atento porque muitas pessoas se afogam nessas demandas. Eu costumo reservar horário específico para alocar a atenção na proporção correta, sem deixar as outras frentes caírem.
1:1s e reuniões periódicas: considero que ritos periódicos ajudam na regularização do fluxo de demandas e contribuem para uma comunicação fluida. Em caso de posição de liderança, trata-se de estar próximo do time, suportando seu desenvolvimento. No fim do dia, o time é a principal alavanca e as pessoas precisam estar engajadas e bem assessoradas.
Estudo e geração de insights: análises de dados, pesquisas, benchmarks, tudo que possa me nutrir para pensar adiante. Em teoria, o produto não tem fim e numa posição ideal, o PM terá autonomia. Sendo assim, ninguém vai falá-lo exatamente para onde ir. Depende de nós, portanto, o aprendizado constante
6. Qual o momento do produto que você gerencia?
Construção de um time e implementação de cultura de produto num contexto de empresa estruturada há 60 anos e uma área majoritariamente direcionada pelo racional de data science e negócios.
É um desafio bem interessante, diferente de todos os outros que já vivi e que vem acrescentando bastante em completude de carreira. Estou tendo que resgatar repertório estrutural de produto, ter muitas conversas de negociação, além exercitar a maturidade e soft skills.
7. Onde você busca inspiração? (links, blogs, podcasts…)
Na minha opinião, não há nada melhor pra inspiração diária do que trabalhar rodeado de gente capaz. Encontrar e agarrar oportunidades de estar numa empresa boa foi a melhor estratégia pra mim.
E nos últimos meses, tenho acompanhado a evolução do Papo na Arena, podcast da Product Arena, e vem sendo o conteúdo que religiosamente acompanha as minhas quartas-feiras no trânsito. A pauta é ampla e atualizada, formato bem descontraído, leve e transparente, além de sempre trazer umas conexões muito boa do que tá rolando com produto.
Além disso, leitura é muito minha praia. Alguns livros:
Eleven Rings (história do Phil Jackson, do Chicago Bulls - baita liderança bem sucedida)
Delivering Happiness (como uma empresa é customer-centric no seu DNA)
Tá gostando da entrevista? Não esquece de assinar viu?
8. Qual conteúdo mais recente que você leu/ouviu que vale a pena compartilhar com a galera?
Recentemente, estou acompanhando o canal do YouTube do Diogo Cortiz. Ele trata de pautas relacionadas a produtos e ciência de dados, bem como inteligência artificial e cognitiva, explicando conceitos técnicos de uma forma bastante variada e didática.
Um dos links legais:
9. Qual seu tipo de Product Manager?
Creio ser o tipo que resolve os problemas (ou pelo menos tenta rs).
Gosto de aprendizado constante, barra elevada e criatividade na construção de soluções eficientes. Então procuro flexibilizar ao máximo os rótulos e focar, de fato, no impacto. Pode ser que um dia encontre um tipo específico de atuação, mas por enquanto, o diamante abre mais do que fecha.
10. Qual foi sua maior falha? E o que você aprendeu com ela?
Quem nunca priorizou errado, errou a query, ou esqueceu de costurar decisão com stakeholder? Errar faz parte do dia a dia e, ao meu ver, a importância está em reconhecer, corrigir e aprender (fazendo tudo isso o mais rápido possível rs).
Mas acho que a maior falha que atravancou meu início de carreira foi não acreditar em mim mesma, algo mais relacionado a traços comportamentais/culturais de educação, do que hard skills. O dia a dia de precisar de validação constante dos outros para conseguir progredir é cansativo para as diversas partes envolvidas. Quando passei a aceitar minhas fraquezas com mais naturalidade e enfatizar mais as minhas fortalezas, o cotidiano ficou bem mais leve e produtivo. O dia a dia de uma pessoa de produto envolve razoável exposição e ter segurança para uma boa desenvoltura ajuda demais
11. Qual foi a gambiarra mais maneira que já fez? Quais ferramentas usou?
São várias no dia a dia, e que considero ajudarem demais. Acho que uma legal que gerou resultado aqui foi de um produto de engajamento do painel do vendedor da Loft. O objetivo da feature era incentivarmos a pessoa vendedora a preencher o máximo de informações sobre o imóvel dela, tornando-o mais atrativo na plataforma e, consequentemente, contribuindo para o aumento de vendas. O fato, neste caso, é que estávamos dependendo de uma feature de data science de um "score de qualidade" que analisava, dentre muitas variáveis, o nível de preenchimento, mas ela levaria em torno de 6 meses para ser disponibilizada. Como tínhamos urgência no teste e muito do que o score trazia ainda não era de fato necessário para a hipótese em questão, decidimos fazer "raiz". Então criamos uma proxy para score de preenchimento, no google sheets mesmo, analisando os campos totais a serem preenchidos e atribuindo pesos para cada um deles. Aí, chumbamos a regra no código e conseguimos colocar o teste de produção. Foi bacana porque conseguimos validar a hipótese rapidamente e, inclusive, contribuir para o desenvolvimento da feature de score completo do time de data science.
Então o fato é que nem sempre as coisas precisam acontecer by the book e, desde que costuremos tudo e tenhamos o buy-in dos times correlatos, essas skills de sagacidade e senso de urgência podem ajudar bastante na geração real de valor.
12. Qual é o seu super herói favorito?
Serena Willians! Pois, mesmo enfrentando tantos desafios de minorias pelos quais passou, construiu uma carreira sólida, talentosa e bem sucedida no esporte. É coisa fora de série.
13. Além de gerenciamento de produto, qual seu super poder?
Eu sou muito boa em tirar férias e viajar!(Arthur amava rs).
Brincadeira à parte, a reflexão aqui é: nem tudo é trabalho e tá tudo bem. Acredito que a gente é mais interessante na nossa pluralidade e as referências são muito ricas quando múltiplas e combinadas. Esvaziar a cabeça e aprender algo diferente por períodos pontuais me renova e faz com que eu produza melhor quando estou de volta.
14. Fale alguma curiosidade que gostaria de compartilhar sobre você:
Atualmente faço competições amadoras de triathlon, evoluindo aos poucos. Mente sã, corpo são. O esporte e, neste caso, o endurance ajuda a regular meus hormônios, traz bem estar, me dá disciplina e ensina paciência, além de fazer com que eu acredite em mim mesma, desafie meus limites e me supere como indivíduo. Encontrar meios de me sentir capaz, fortalecida e empoderada fazem do meu dia a dia algo mais gratificante.
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