👋 Esse é mais um post da Brilliant Basics, a sua newsletter sobre tópicos de produto sem filtros. Toda semana tem conteúdo novo para fomentar as mentes pensantes a criarem produtos melhores
Para fomentar ainda mais as mentes pensantes a criarem produtos melhores, a gente tá sempre convidando pessoas pra trazerem suas opiniões sobre assuntos interessantes.
Já trouxemos aqui o
para falar da polêmica sobre ter ou não muitos PMs na empresa:E também trouxemos muitas empresas na série Abrindo a Cozinha, para contarem da sua estrutura, ritos e dinâmicas.
E dessa vez, trouxemos o Thiago Muller, Head of Product na Sicredi, alumni da Product Arena e Product Hero #48.
Essa série terá 3 partes:
Parte 1: Qual papel da liderança?
Parte 2: Pessoas & Cultura
Parte 3: Visão Estratégica
Então vamos começar: qual o papel da liderança?
Em setembro de 2023, participei de um programa de educação para executivos chamado: Designing and Executing Corporate Revitalization. O curso é realizado de forma presencial no campus da HBS em Cambridge, Boston. Os alunos ficam hospedados no campus, o que já é uma experiencia por si só, e têm uma rotina intensa durante toda a semana.
Antes do curso, você recebe 18 estudos de caso para leitura prévia, que são cases de diversas empresas que os professores do curso trabalharam em algum momento. Então são histórias contadas de quem realmente esteve lá dentro e não somente por alguém que leu um livro sobre a empresa e resolveu montar um estudo. Algumas dos cases são:
LEGO
Netflix
Tesla
Booking.com
Outback Steakhouse
Sony
Goldman Sachs
Quiksilver
E muitas outras…
Uma outra parada que eleva muito a barra das discussões e troca de conhecimento é que em algumas aulas, a pessoa CEO da empresa estudada se conecta com a turma para a discussão do caso!
Além disso, apesar da aula começar às 08:30, desde 07:30 acontece uma reunião do chamado “Living Group”, que é um grupo menor de alunos que estão hospedados na mesma ala do campus.
Nesse grupo de discussão pela manhã são debatidos em profundidade os cases das aulas do dia, assim você consegue ter uma experiência de debate com qualidade e preparar o raciocínio para a aula.
Qual o papel da liderança na revitalização de uma empresa?
Quando falamos de cultura e competências organizacionais, esses fatores são desenvolvidos ao longo do tempo (as vezes décadas), para suportar um determinado modelo de negócio e sem dúvidas são base para o sucesso do negócio. O que acontece com o passar do tempo, é o que alguns podem traduzir como complacência. Sua organização vai aprender apenas a crescer e não a mudar. Nesses momentos é papel da liderança ter a capacidade de enxergar novas possibilidades ou, dependendo da situação, os fatores que estão levando uma companhia ao declínio.
Conseguindo enxergar isso, líderes precisam atuar como grandes multiplicadores da mensagem e não centralizadores.
Dica de livro: “Multipliers” de Liz Wisemann.
Fazer as perguntas provocadoras e criar a habilidade no seu time de pensar diferente é fundamental no processo. Se a sua empresa precisa entrar em novas oportunidades de negócio, por exemplo, mas os líderes dedicam seu tempo nos projetos atuais e contratando pessoas com as habilidades para conduzi-los, certamente o senso de mudança não será criado na prática.
O papel da liderança acontece nas coisas mais simples do dia a dia, como a mudança do horário de uma reunião de briefing para adequar esse output ao fluxo de trabalho da outra equipe que irá consumir a informação.
Por mais elementar que tal ação possa parecer, ela passa um sinal. Sinal de que a visão do todo é mais importante que o que é produzido por uma unidade. Uma mudança simples como essa pode trazer resistência de uma equipe, e é também parte do papel da liderança ter uma conexão real com as pessoas e ter a habilidade de fazê-las entender que uma alteração no status quo é porque você como liderança acredita mais nelas do que talvez elas próprias.
Em um momento de maior resistência sempre existe um período mais solitário para a liderança, pois é só quando mudanças começam a gerar um ciclo virtuoso de resultados que ela tende a baixar.
Nesse processo de condução é importante celebrar as evoluções das pessoas, criar senso de camaradagem e de incentivos claros ao despertar da melhor performance de cada um (deixo aqui também uma dica para lerem sobre Shackleton, um explorador da Antártida e Pete Carrol, ex técnico da NFL. Ambos são exemplos claros desse tipo de liderança).
É claro que cada situação exige sinais, competências e habilidades específicas, mas o exemplo que trouxe aqui traz a base do que é aplicável em qualquer situação:
Quais sinais a liderança da sua organização está passando?
O que é feito no dia a dia conversa com a necessidade do negócio da empresa?
Você tem dedicado tempo de qualidade para refletir de forma intencional nas ações que serão tomadas?
Esse tipo de questão deve fazer parte da agenda do líder da revitalização. A abordagem para a atuação da liderança pode variar muito e é situacional. Você pode conduzir um processo top down e de maneira rápida, criando o que se chama de “bold stroke”, ou pode conduzir de maneira mais cadenciada tentando trazer todo time a bordo. A melhor maneira depende sempre da situação do negócio e da cultura de cada empresa. É papel do líder identificar esses pilares e agir da forma que melhor trará resultados para a empresa e indivíduos.
Para exemplificar, posso trazer como exemplo o anúncio que Steve Jobs fez em 1997 sobre a parceria com a Microsoft. Alguém conhecido por ter um ego como dele, ao anunciar uma parceria com quem era o seu maior rival, certamente transmite uma mensagem de que algumas premissas precisam mudar para que a organização atinja seus objetivos.
Na próxima parte, vamos entrar um pouco mais a fundo em outros 2 tópicos: Cultura e Pessoas.