E ai! Esse é mais um post da Brilliant Basics, a sua newsletter sobre tópicos de produto sem filtros. Já somos mais de 2.000 cadastrados aqui e no LinkedIn. Se você ainda não assinou, tá na hora né?
Já assinou? Que tal recomendar pra galera? 😍
O Papo na Arena lotou! Em parceria com a BossaBox, lotamos o auditório do Cubo, para trocamos experiências e aprendizados sobre:
O que tá acontecendo com o mercado de produtos?
Quem participou do papo?
Eu, Arthur Castro, Founder da Product Arena e esse que vos escreve
Bianca Maia, Sr. Product Marketing Manager na Engineering Brasil e fundadora da Mentorellas
Dani Lopes, Global Product Manager at Thoughtworks e produtora de conteúdo no @agarotadeproduto
Marcell Almeida, Founder & CEO na Cursos PM3
Bora pros highlights?
Contexto:
Vamos relembrar mais uma vez o que rolou: no dia 21 de junho, a produtosfera sofreu um “abalo sísmico” durante a conferência do Figma, onde o fundador do Airbnb, Brian Chesky comentou sobre “terem se livrado da função clássica dos product managers” na empresa. Em poucos minutos, começou o rebuliço e os tweets e posts sensacionalistas caçando likes. O próprio Chesky respondeu alguns tweets que estavam disseminando a info incorreta. Inclusive, você pode tirar suas próprias conclusões do que ele falou nesse link aqui (10m52s é quando ele começa a falar sobre a mudança).
Entendimento com relação a mudança do papel de PMs no Airbnb
Marcell:
Muita gente tirou a frase de contexto. Falaram até que “é que nem na Apple”, e a galera da Apple ficou bolada, pq lá tem PM. Inclusive, ano passado quando teve um PM brasileiro na Keynote da Apple todo mundo enalteceu PMs na Apple, e agora esqueceram. O aprendizado
O cargo de PM vai acabar agora? Não. No futuro? Talvez, a gente não sabe. Mas sempre vai precisar de uma pessoa fazendo a “interface” entre tech, design e outras áreas. No passado já foi Business Analyst, Product Owner e tantos outros nomes.
Dani:
DO NADA todo mundo “matou” os PMs. Nem se ligaram no contexto da empresa, do momento, mas, dá like né? Mas as principais lições:
vá atrás da informação completa
resiliência emocional pra carreira é muito importante.
Mas no final, nosso papel é resolver problemas e vai ser independente dos click bait que apareçam.
Outro ponto, conhecimento compartilhado não é a mesma coisa que conhecimento entendido. Na cabeça do Founder do Airbnb tava muito claro que era só uma mudança no papel e etc por todo o contexto da empresa. Mas quem não tinha contexto entendeu diferente.
Bianca:
Como sou PMM, foi o inverso pra mim. Muita gente veio me procurar “Como eu viro PMM?”, “Qual certificação tenho que fazer?” e coisas do tipo. Falava sempre pra galera: calma lá! Primeiro, vc gosta de marketing?
O conjunto de skills de PM e PMM são diferentes. Tem empresa, que vai fazer sentido juntar, e outras não, seja pela estrutura, pelo momento e outras variáveis. Tem momento que vai precisar ter gente bem especialista. Fora que, UMA empresa falou, não significa que serve pra todas. Pegando alguns exemplos: Nubank, iFood e 5Andar tem estruturas bem diferentes. Vamos com calma.
No final das contas, carreira é reinvenção diariamente.
E claro, chequem suas fontes! Like não significa referência.
Arthur:
Outra coisa que tiraram do contexto foi a explicação do Chesky sobre agora eles terem “só 2 releases por ano”. Mas vamos lá, o Airbnb é uma empresa consolidada, tá na bolsa, o ciclo de produto é um pouco mais demorado hoje pelo tamanho e e mais: o Airbnb é uma das empresas da Fortune 500 que tem um Designer como um dos fundadores. Então, naturalmente a forma como eles constróem, estruturam a empresa e o jeito como eles lidam com várias coisas coisas definitivamente não é o padrão. Até porque muitas empresas normalmente nem tem uma pessoa designer desde o dia 0.
Contexto é importante demais. Por muito tempo eu falava que comunicação é a skill mais importante da pessoa PM, mas já faz alguns anos que tenho revisto isso, e pra mim a skill mais importante é o contexto. Porque até sua comunicação vai ser diferente dependendo do contexto que vc tem.
Olhem as fontes, pesquisem e não deixem só o click bait ganhar a sua atenção.
Curtindo o resumão? Compartilha ai então 🤓
O que funciona pra uma empresa nem sempre funciona pra outra, as vezes até dentro da mesma empresa não é tudo igual. Compartilhem algum caso que vocês já passaram nessa de pegar algo que viram e aplicar no contexto de vocês?
Arthur:
2 cases: um ruim e um que deu bom.
Começando com o ruim:
Lá no princípio da Product Arena (2016-2017), a gente tinha parceria com uma empresa e usávamos o espaço deles para dar os cursos. Numa das edições, tava tudo em reforma lá, perguntei para uma das pessoas que trabalhavam lá o que tinha rolado, e ela falou:
“o founder viu o vídeo do ‘Modelo Spotify’, levou a liderança para o Vale do Silício voltou e falou que íamos trabalhar no formato de squads, ai mandou reformar o escritório para ter os espaços das squads"👀
Passaram alguns meses, estávamos dando outra edição lá, e tava em reforma novamente. O motivo?
Reformamos pra squads mas durou só uns meses. Não tava funcionando aqui na nossa estrutura. Ai agora mandou reformar o escritório para voltar como era antes… 🤷🏽♂️
Agora o que deu bom:
durante o princípio da Youse, a estrutura de produto era formada por squads de produtos (seguro auto, vida, casa e aplicativo). Serviu pra aprender bastante e conhecer mais sobre o usuário. Depois de pouco mais de 1 ano, conversando sobre estrutura com algumas pessoas do Booking.com, descobri que naquele momento a estrutura deles era por jornada, e não necessariamente por produto ou tipo de cliente. Nós já estavamos buscando formas de otimizar a estrutura e isso serviu de inspiração pra gente alterar. O que antes era por produto passou a ser por jornada, e todos produtos tavam dentro de cada squad. Algumas das squads foram: Aquisição, Engajamento, Assistências, Sinistro (essas 2 últimas, eram nossas principais jornadas).
Dani Lopes:
Estavamos com um problema de comunicação com outras áreas sobre as coisas que estavamos atualizando e lançando. Mandávamos por email, slack e etc, mas acabava virando “paisagem” e ninguém prestava atenção. Decidimos então fazer um formato diferente, pegando de inspiração o formato de newsletter. Apesar de começar de forma tímida, gerou tanto engajamento que em algumas semanas outras áreas começaram a fazer outras newsletters também.
Rolaram também algumas perguntas da platéia. Veja quais:
O que vocês fazem na prática para entender melhor do negócio, ao entrar em uma nova empresa?
Arthur:
A primeira coisa quando entro numa nova empresa, é buscar as newsletters do segmento. Te garanto que praticamente qualquer assunto que você pensar, tem alguem cobrindo o tema de algum jeito. Bota no google “tópico + newsletter” e vc vai ver.
E ai tem as separações, o mercado da Ásia é uma realidade muito diferente, o mercado da Europa é mais regulado e América Latina é mais próxima da nossa. Mas cada mercado pode te trazer um insight diferente para adaptar pro seu.
Outra coisa que curto também é ler o “behind the scenes” das startups, não livros técnicos, mais das histórias mesmo. Alguns que curto e indico muito:
#NoFilter: História do Instagram
Upstarts: História de várias startups e desafios que passaram
A história da Airbnb: O próprio nome já diz sobre qual empresa
A Regra é Não ter Regras: História do Netflix
A marca da vitória: História da Nike
Dedique-se de Coração: História do Starbucks
Briga de Cachorro Grande: A história da treta entre Apple e Google
Scaling People: Uma executiva do Google e Stripe contando bastante coisa da construção dessas empresas
E um dos meus prediletos:
Build: An Unorthodox Guide to Making Things Worth Making: Livro do Tony Fadell, que foi um dos caras por trás do iPad e iPhone.
Bianca:
Eu sou "nerdola"! Então é algo natural, que eu gosto e funcion bem pra mim é ler livros e artigos científicos para estudar sobre o assunto. Gosto do método mais tradicional e acadêmico mesmo.
Além disso, “ver” produto em tudo. Até em joguinho as vezes fico analisando como tão fazendo o onboarding ou dificultando alguma fase.
Conversar com outras pessoas também é algo que me ajuda muito. Vira e mexe mando msg pra alguma pessoa da área ou que manja de algum tópico que to procurando. A nossa comunidade é bem aberta com relação a isso.
Marcell:
Sou meio "nerdola" também, e gosto bastante de ler os relatórios de resultado das empresas tradicionais listadas em bolsa, além de reports do segmento. Se você buscar no google [Report] + [nome do segmento] + [ano] vai encontrar bastante coisa. Ou se você ficar com preguiça, tem algumas empresas que costumam fazer análises mais prático, tipo a Suno Research. Também gosto de ler livros sobre a história de empresas, só que as tradicionais. Um livro que recomendo MUITO, que pode parecer “assunto batido”, mas tem análise de mercados diferentes como circo e hotel, é:
Com muita oferta devido aos layoffs, temos visto uma redução do salário nas ofertas, já chegaram algumas ofertas com a metade do valor. Vcs acham que isso vai ficar assim?
Bianca:
Tem a parte da maldade do momento e tem despreparo também. Participei de um processo, cerca de 7 etapas. Tinha falado minha pretenção lá no princípio e na última etapa ela me ofereceu menos. Falei que já tinha dito meu range. E ai ela falou: “ah, se eu te dar o que vc pediu, vc vem?”. Ai eu percebi que ela tinha o budget, mas tava querendo oferecer menos dado o momento. Declinei.
Arthur:
Infelizmente, nesse momento a “barganha” tá do lado das empresas. Por muito tempo, quando o dinheiro tava “de graça”, tava com os candidatos das vagas, pq tinham muitas oportunidades.
Quais tendências vocês tem visto na área de produto? (A.I., ChatGPT…)
O comentário geral aqui foi que por mais que A.I. e ChatGPT, mais do que nunca, a maior tendência em produtos é: entender o impacto das entregas. No momento atual do mercado, esse é o tipo de pergunta que tá sempre na mesa. Saiba contextualizar, mostrar as coisas relevantes que tem feito e correlacionar isso com os objetivos da empresa (normalmente, essa conversa será sobre ).
Converse na língua dos stakeholders e comece pelo final! 🤓
Por hoje é isso. Já já a gente anuncia a data do Papo na Arena de Agosto, e se você é assinante, vai receber em primeira mão o aviso.
Muito obrigado, e até a próxima edição da Brilliant Basics!