Product Hero #32 — Silvia Machado
"Meu dia a dia tem 3 focos rotativos e eternos: Pessoas, Problemas e Oportunidades".
E ai! Esse é mais um post da Brilliant Basics, a sua newsletter sobre tópicos de produto sem filtros. Toda semana tem conteúdo novo para fomentar as mentes pensantes a criarem produtos melhores
"Meu dia a dia tem 3 focos rotativos e eternos: Pessoas, Problemas e Oportunidades".
Olar! Advinha quem tá de volta? Product Hero! Chegamos com mais uma entrevista pro Product Heroes, a série do Product Arena onde entrevistamos verdadeiros heróis e heroínas que ajudam a criar produtos incríveis no Brasil e no mundo!
E se você quer ler as mais de 40 entrevistas de Product Heroes é só clicar aqui.
Tá na hora de apresentar mais uma Hero. Com vocês…
Silvia Machado
Silvinha é mineira, de "belrizonte". Formada em publicidade e com pós em marketing, ela é mais uma alumni do Product Arena! Trabalhou por mais de 12 anos no mercado publicitário, atendendo clientes de todos segmentos, como: governo, banco, varejo, filantrópico, saúde, agricultura… E ai, o bichinho de produto picou ela e hoje, é Diretora de Produtos Digitais na Jüssi, e além de liderar uma equipe com mais de 100 pessoas, já ajudou a resolver problemas para produtos da Brastemp, Consul e Compra Certa.
1. Como você virou um Product Manager?
Algumas frustrações publicitárias foram me levando para o caminho de produto. Ao longo dos anos, a medida que eu ia me especializando no negócio do cliente que estava atendendo no momento, comecei a perceber que eu me incomodava quando recebia um briefing. Inclusive quanto mais detalhado vinha o briefing, mais incomodada eu ficava! Não era o briefing em si que eu achava ruim, mas era receber pedidos prontos, já solicitando exatamente o quê era esperado de entrega e o que devia ser feito. E ai comecei a conviver com uma galera que trabalhava com produtos digitais aqui de São Paulo. (sendo que parte dessa galera era ninguém mais ninguém menos que meu amigo e mineirin Arthur)
Os casos do dia-a-dia de uma startup do segmento de seguros contados pelos meus amigos foram meu primeiro contato real com produto. Eram tantas coisas que faziam sentido pra mim nesses papos, coisas que pra mim eram meio óbvias mas que no dia-a-dia da publicidade eu não via sendo aplicadas.
Foi aí que realmente comecei a me interessar e estudar sobre o assunto (inclusive, fiz o Product Manager na Prática do Product Arena, que me abriu muito a mente e recomendo 'dimaisdaconta'). Alguns anos depois, veio a primeira oportunidade: atuar na área de Inteligência de Produtos Digitais da Jüssi, que é onde estou até hoje. A experiência como Product Manager veio em um misto de mergulho total nos estudos e na prática mesmo.
2. Como você explica seu trabalho para pessoas normais (como avós, amigos…)
Eu costumo fazer uma brincadeira com aquela frase antiga explicativa “Hardware é aquilo que você chuta, software é aquilo que você xinga”, e faço meu breve resumo: “Eu trabalho com a parte que você xinga e procuro ao máximo evitar que isso aconteça!”. Ou então, o mais básico e simples que é “trabalho com aplicativos e sites!”
3. Se tivesse que explicar o que é gerenciamento de produto em um tweet, como explicaria?
Um fluxo eterno de entendimento, análise de possibilidades, convencimento, críticas, sugestões, evolução, e PESSOAS, errando rápido para aprender rápido.
(Não necessariamente nessa ordem, não necessariamente dando certo!)
4. Qual é sua rotina diária como Product Manager?
Como eu trabalho em um modelo de consultoria e na gestão de um time de quase 100 pessoas, minha rotina na Jüssi como diretora de Produtos Digitais é um pouco diferente de um PM dedicado a um produto exclusivamente. Hoje o time de Inteligência de Produtos Digitais da Jüssi é dividido por gerências (Agilidade, Produtos, CRO, SEO, Desenvolvimento e UXD). Meu dia a dia tem 3 focos rotativos e eternos: Pessoas, Problemas e Oportunidades.
Em pessoas, meu foco no dia a dia é estar à disposição do time para que eu possa contribuir e facilitar a vida delas. Seja com foco em carreira ou oferecendo idéias e soluções relacionadas a produto. Eu acredito MUITO em investir nas pessoas. Por isso faço o meu máximo para ser uma profissional acessível para o time, mesmo. Na prática, isso significa no mínimo 20 micro calls por dia com pessoas do time que me acionam, fora as reuniões.
Em problemas, meu trabalho é resolver. De A a Z. Tirar impedimentos, conversar com clientes para facilitar o processo, enfim: meu papel é facilitar, independente se é um problema micro ou gigante, tenho que acelerar para que seja resolvido. Um ponto aqui particular meu é que eu sempre lidei muito facilmente com problemas. Sempre vejo problemas como oportunidades de evolução, ou oportunidades de visão. Quem trabalha comigo e me envolveu em algum problema, certamente escutou “Vamos olhar para o lado bom e para oportunidade”.
Em oportunidades, faço um papel de questionadora para todos os times. Provoco, questiono, dou sugestões em todas as esferas. Além disso, estou sempre pensando na evolução do time como um todo, da área, como podemos ser protagonistas em produtos digitais e manter a qualidade e mindset consultor com a barra alta.
Já ouviu nosso podcast? 🎧
Semanalmente eu e o Aíquis Rodrigues (Product Manager na Z1 e criador da newsletter O que eu ví por ai) discutimos sobre as notícias da semana que chamaram nossa atenção, sempre trazendo um olhar de produto para a discussão.
Dê o play na sua plataforma predileta:
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5. Qual o momento do produto que você gerencia?
Hoje o time de Inteligência de Produtos Digitais da Jussi trabalha com alguns formatos diferentes o que me dá a oportunidade de vivenciar produtos e momentos distintos. Temos profissionais dedicados a evolução de produtos globais atuando em squads em vários momentos diferentes da jornada, temos times trabalhando apenas como foco em Discovery, outros trabalhando apenas com foco em Delivery e também times de disciplinas específicas com olhar consultivo específico, como por exemplo CRO. Isso tudo em produtos de segmentos diversos: home appliance, bebidas, aluguel de carros, educação e por aí vai.
6. Onde você busca inspiração? (links, blogs, podcasts…)
Outro dia eu vi um comentário no Linkedin que dizia: “O que seriam dos times de produtos em 2020 sem Teresa Torres?” Eu concordo com esse comentário. A Teresa conseguiu trabalhar assuntos com muita profundidade e vai até o fim em cada tema. Não que nunca ninguém tenha feito, claro. Só que pra mim ela realmente se destacou.
De qualquer forma, eu mantenho uma pasta “viva” de referências e vou citar alguns aqui:
Livros:
Surrounded by Idiots (Thomas Erikson): Conta sobre os 4 tipos de comportamentos dos seres humanos e como se comunicar com cada tipo de profissional nos negócios.
Acenda sua Luz (Carol Rache): Esse livro já indiquei para muitas pessoas da minha equipe que na hora estranharam. Porém o livro fala muito sobre auto responsabilidade e autoconhecimento, o que pra mim é essencial em bons profissionais. Todos que eu recomendei se surpreenderam!
Inspired Marty Cagan: (dispensa apresentações)
Outras Refs:
PM Tool Kit (Aqui já compila muita coisa!!)
The Owners Cast (Um pequeno grande jabá para o podcast de Produtos Digitais da Jüssi lançado este semestre)
7. Qual seu tipo de Product Manager?
Com certeza de negócio, provavelmente até que pelo meu background de gestão de contas na publicidade.
Na vida de gestão, sou especialista em resolver BO’s mesmo.
8. Qual foi sua maior falha? E o que vc aprendeu com ela?
São tantas! Já falhei com colegas, com produtos, com clientes, com líderes, como líder. Não conseguiria escolher uma só.
Mas uma das maiores foi entrar para gestão de pessoas sem estudar a respeito. Quando se fala de hard skills, os profissionais transbordam cursos, certificados e uma lista infinita de referências. Mas faça um teste: pergunte para os profissionais que exercem gestão na função quanto tempo eles investem estudando a respeito disso. E quando eu falo estudar, vale ler/escutar qualquer coisa a respeito! Eu cometi esse erro de começar a gerenciar um time sem entender a importância de estudar sobre pessoas. Talvez o ecossistema de publicidade, muitas vezes “agressivo”, me fez inicialmente agir de forma em que hoje como líder eu nunca me imagino.
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