E ai! Esse é mais um post da Brilliant Basics, a sua newsletter sobre tópicos de produto sem filtros. Toda semana tem conteúdo novo para fomentar as mentes pensantes a criarem produtos melhores
"Roadmaps de feature não servem pra nada"
O Product Hero é uma serie do Product Arena onde entrevistamos verdadeiros heróis e heroínas que ajudam a criar produtos incríveis no Brasil e no mundo!
Se você quer ler as mais de 40 entrevistas de Product Heroes é só clicar aqui.
Tá na hora de apresentar mais uma Hero. com vocês…
Sergio Schüler!
Conheci Sérgio Schüler no workshop do Marty Cagan (Aqui tem um resumão dos aprendizados) e já tinhamos trocado várias idéias sobre produto, além de tá sempre ligado nos artigos que ele posta.
Sérgio é natural de Porto Alegre, formado em publicidade e propaganda, já foi redator, dono de agência, trabalhou com RH, passou uma temporada de três anos na Noruega e também um período na Índia, montou sua própria startup, faliu, voltou pra publicidade até encontrar a Resultados Digitais, que na época tinha cerca de 300 pessoas. Em quase três anos, viu a empresa mais que dobrar o quadro de funcionários e evoluir bastante seu produto.
1. Como você virou Product Manager?
Como CEO e faxineiro da minha startup eu era quem precisava gerenciar o produto. Acho que essa foi a minha primeira vez fazendo a job de PM em um produto digital (antes eu tinha gerenciado um serviço). Mas eu considero que virei PM mesmo ao entrar na RD:
Eu trabalhava com marketing digital e fui a um dos eventos da Resultados Digitais lá em Porto Alegre. Achei a empresa muito massa e decidi abrir o site de vagas. Inicialmente eu pensei em me candidatar para marketing, mas minha curiosidade bateu mais forte e fui explorar outras vagas. A job de gerente de produto parecia animal, algo que eu adoraria fazer. Me candidatei a ela. Dei muita sorte que na época a RD estava contratando pessoas sem muita experiência com produto, mas com potencial pra ser PM — por eu entender de marketing digital (o mercado da RD) e ter tido experiência liderando pessoas e projetos, eu me encaixava nesse perfil. O resto é história e já fazem quase 3 anos que sou PM no RD Station Marketing.
2. Como você explica seu trabalho pra pessoas normais (como avós, amigos…)
Se é alguém que eu não conheço, tipo um Uber, eu simplesmente digo que trabalho “com tecnologia”. Se a pessoa pergunta se sou desenvolvedor, digo que eu “defino com os desenvolvedores o que deve ser feito”.
Para pessoas mais próximas, como minha avó, acho que o mais fácil é dizer que eu converso com os clientes para entender quais são os principais problemas deles quando estão usando nossa ferramenta para ver como podemos melhorar ela.
Mas eu não explico muito não, minha avó já está muito satisfeita por eu ser “gerente” :P
3. Qual é sua rotina diária como Product Manager?
Existe uma rotina? Me conta como é porque eu não estou seguindo.
Acho que depende muito do momento do discovery, mas em geral eu faço algo para entender melhor os nossos problemas e oportunidades — seja conversar com cliente, extrair e analisar dados do banco, ler ticket no suporte, falar com nosso time de customer success, etc. O que eu descobrir eu escrevo em um doc ou na própria planilha onde analisei os dados pra ter referência futura. Então eu comunico essas descobertas para os principais stakeholders interessados, como o time que vai trabalhar no problema e solução, outros PMs, outras áreas ou o time de liderança. Vai ter uns slots no dia também pra reuniões, Slack, ler uns posts no Medium, entrevistar candidatos a PM… mas isso varia muito.
4. Onde você busca inspiração? (links, blogs, podcasts)
Gosto bastante do Stratechery pra uma análise mais profunda da indústria tech, Mind the Product pra gestão de produto e a news da The Hustle e Hacker News pra saber das novidades.
Fora isso eu curto muito ler no meu Kindle (que produto!) e acabo lendo um ou dois livros por mês sobre os mais diversos assuntos, não só sobre gestão de produto. Mas se eu tenho um livro a recomendar pra quem não leu, é o Inspired, do Marty Cagan. Hoje estou lendo o Princípios, do Ray Dalio.
Já ouviu nosso podcast? 🎧
Semanalmente eu e o Aíquis Rodrigues (Product Manager na Z1 e criador da newsletter O que eu ví por ai) discutimos sobre as notícias da semana que chamaram nossa atenção, sempre trazendo um olhar de produto para a discussão.
Dê o play na sua plataforma predileta:
Spotify | Apple Podcasts | Outros
5. Qual seu tipo de Product Manager?
Acho que eu nunca pensei nisso a fundo, talvez nem exista isso de “tipo” de PM, mas sim “momento” de PM. O que eu quero dizer é que, dependendo do momento na descoberta do problema ou solução, você precisa agir de uma forma diferente.
Dito isso, em geral eu sou muito focado em objetivos e como ter o maior impacto possível. Por isso eu não me apego muito à solução ou approach, mas que a gente consiga entregar os objetivos de negócio de uma forma ou outra. Por isso eu não ligo pra roadmap de features, por exemplo, mas em descobrir constantemente o que faz mais sentido fazermos para entregar o melhor resultado possível.
Quando os problemas estão bem definidos e já estamos descobrindo solução, sou fã de usar a framework de mitigar os principais riscos cedo e frequentemente. Os riscos a que me refiro são valor, usabilidade, viabilidade e negócio.
6. Qual foi sua maior falha? E o que você aprendeu com ela?
Foram (são?) tantas.
Acho que a minha maior falha ainda foi como eu fracassei ao validar o produto da minha startup.
Meu maior aprendizado foi pra olhar para os principais riscos sem viés de confirmação. Porque o papel aceita tudo. Exemplo: eu estava criando uma startup cujos principais clientes seriam departamentos de RH de empresas com vários times. Eu não percebi que (na época) SaaS B2B e self-service não era algo comum para empresas como é hoje. Então uma hipótese que eu tinha é que eu conseguiria vender o produto a um preço baixo, de forma self-service, com equipes adotando a ferramenta de maneira bottom-up (como faz o Slack hoje por exemplo). Só que eu não validei isso e (de novo, naquela época) as empresas precisavam de um atendimento muito mais high-touch para implementar algo assim.
Continue a leitura com um teste grátis de 7 dias
Assine Brilliant Basics para continuar lendo esta publicação e obtenha 7 dias de acesso gratuito aos arquivos completos de publicações.